O Fundo Monetário Internacional (FMI) considera insuficiente a medida do governo brasileiro de taxar alguns investimentos estrangeiros para conter a queda do dólar. Foi o que disse nesta sexta, dia 23, em São Paulo, o diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, Nicolás Eyzaguirre. Ele apresentou o relatório sobre o panorama econômico da América Latina e Caribe.
A perspectiva mais pessimista para as principais economias do mundo e para os Estados Unidos foi mantida. O diretor do FMI afirma que nestes países a recuperação da crise financeira vai ser lenta e muito difícil, porque ainda existem riscos para atividade econômica. No caso norte-americano, o alerta é a alta do desemprego, que pode chegar a 10% no ano que vem.
Já para América Latina e Caribe as previsões são otimistas. O diretor afirma que na maior parte dos países desta região o pior da crise já passou e que por isso o FMI prevê crescimento moderado para o ano que vem.
Eyzaguirre não poupou elogios às medidas tomadas pelo governo brasileiro para conter os impactos da turbulência. Segundo ele, o Brasil vai se tornar um dos atores mais fortes da economia mundial daqui pra frente. Admitiu ainda que o FMI pode revisar para cima a previsão de crescimento de 3,5% para a economia brasileira em 2010.
O desafio, segundo o FMI, é administrar essa recuperação. Nicolás Eyzaguirre lembra que os estímulos governamentais devem começar a ser retirados, mas que isso precisa ser feito com cuidado. O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Antonio Henrique Silveira, informou que o governo já está estudando o assunto.
Outro assunto acabou ganhando espaço durante a apresentação foi a cobrança de IOF sobre investimentos estrangeiros na Bolsa de Valores brasileira. O representante do FMI disse que concorda com a medida tomada pelo governo, mas alertou que o Brasil precisa assegurar que a medida cubra todas as formas de ingresso de capital estrangeiro, não só algumas.
Para Nicolás Eyzaguirre, a melhor maneira de combater a queda do dólar seria a criação de um seguro internacional, que já está sendo discutida no G-20. Seria como uma proteção financeira para convencer países emergentes a abandonar a política de acumular reservas em dólar. O Brasil, por exemplo, tem hoje US$ 224 bilhões em reservas, mais do que no início da crise.
Fonte: CANAL RURAL
Nenhum comentário:
Postar um comentário